Ter um filho é descrito como um dos momentos mais felizes na vida de uma mulher.
Ainda que partilhar a vida com um bebé possa ser bastante gratificante e recompensador, por vezes também pode ser difícil e angustiante.
Sabe-se que ocorrem muitas mudanças físicas e emocionais na mulher enquanto está grávida, bem como depois do parto.
O pós-parto é um período de risco psiquiátrico aumentado na mulher.
A depressão pós-parto pode ter uma intensidade variável, e é um factor que dificulta o estabelecimento de laços afectivos com o bebé.
Quando a intensidade dos sintomas não é persistente (até cerca dos seis meses após o parto), trata-se de uma disfunção emocional comum e geralmente ocorre na primeira semana depois do nascimento do bebé. Crises de choro, cansaço, humor deprimido, irritabilidade, ansiedade, confusão e lapsos de memória são os sintomas mais frequentes.
É importante deixar-se que a parturiente expresse o que sente, acentuando-se que tudo o que está a passar é normal nesta fase do seu ciclo de vida. Acomete cerca de 50% das mulheres.
No entanto, quando o quando clinico é mais agudo (depressão pós-parto propriamente dita), os sintomas persistem por mais tempo e em maior intensidade, sendo que requer intervenção psicológica.
Muitas vezes estas mulheres tornam-se incapazes de tomar conta dos seus filhos, passando por dificuldades em amamentá-los e satisfazer as suas necessidades básicas. Em casos extremos podem mesmo tentar o suicídio ou abandonar o bebé.
Estas mulheres beneficiam bastante com terapias de grupo, sendo que desta forma dispõem de um local privilegiado onde podem compartilhar o seu sofrimento com outras mulheres em situação análoga, sob orientação de um profissional. O atendimento psicológico individual também pode ser considerado em casos cuja gravidade pode perturbar o grupo, ou por preferência por esta modalidade.
A depressão pós-parto propriamente dita tem uma incidência de 10-20%.
Várias causas podem estar na erradicação desta doença, entre elas contam-se os factores biológicos (alterações hormonais), psicológicos (conflitos consigo mesma, com outros ou com o bebé) ou psicossociais (situação social e familiar, problemas decorrentes do parto, gravidez indesejada...).
Muitas vezes esta forma de depressão não é diagnosticada, ou se o é, não é feito um pedido de ajuda profissional. Importa não menosprezar os sintomas e estar atento à sua persistência, pois o tratamento deve ser iniciado o quanto antes de forma a minorar as consequências, tanto para a mãe, como para o bebé, e respectiva situação conjugal.
É importante que se divulgue informação acerca desta patologia, de modo a que seja possível diagnosticar e intervir num maior número de casos.